A Ética Judaica está baseada na crença da liberdade ética do homem, na possibilidade de escolher entre o bem e o mal. “Eis que hoje estou colocando diante de ti a vida e a felicidade, a morte e a infelicidade; (…) escolhe, pois, a vida, para que vivas tu e tua descendência… (Deuteronômio, 30:15-19) é o lema perene da ética judaica.
A certeza de que o “homem está nas mãos de sua própria decisão” foi declarada com particular insistência pelos sábios do Talmud que ensinaram que “tudo está na mão de Deus – exceto o temor a Deus” (Berachot 33b). Em outras palavras, Deus determina e guia a sorte do homem, mas Ele não influencia ou interfere em sua conduta ética.
A convicção de que Deus controla somente a sorte e o destino do homem, mas o deixa em total liberdade na esfera ética, levou os sábios a estabelecerem o princípio que “tudo é previsto, mesmo assim o livre-arbítrio é concedido (“Ética dos Pais”III, 15). E então, “aquele que deseja se corromper encontrará todos os portões abertos. E aquele que deseja se purificar, poderá assim fazê-lo” (Shabat 104a), pois o homem é conduzido através da estrada que deseja seguir” (Macot 10b).
O Judaísmo ensina que o homem é absoluta e incondicionalmente livre em sua escolha ética de conduta. Ele não é justo nem perverso, mas sim dotado para escolher qualquer caminho.
O Cristianismo, ao contrário do Judaismo, é baseado na doutrina do “pecado original”, a qual implica na crença de predestinação ética. Assim, o Judaísmo faz da benção rabínica, “Meu Deus, a alma que Tu me deste é pura” (Berachot 60b), parte da oração diária; o Cristianismo, de acordo com a interpretação Paulina, prega que todo ser humano é contaminado pela culpa de Adão e carrega o “pecado original”. O homem é arrastado para baixo, para a perdição do “pecado original” cuja carga é tão pesada que ele não consegue mais se liberar da compulsão através de seu próprio empenho ético. Com o intuito de libertar-se do “pecado original”, um ato especial da “graça” é necessário, de acordo com a crença Cristã. Esse ato da “graça” foi propiciado, de acordo com o Cristianismo, através da imolação de Jesus como expiação pelos pecados da humanidade. Como Consequência, não conhece qualquer outra salvação ou redenção do pecado senão a crença em Jesus e que ele morreu para expiar os pecados da humanidade.
In: The Judaism and Christianity: The differences