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Esporte de rendimento: estratégia para o desenvolvimento humano e promoção da cidade no cenário desportivo

Representar o município em competições nacionais e internacionais tem sido, em grande parte, fruto do esforço pessoal dos atletas, pais e professores. Essa falta de apoio reflete a ausência de políticas públicas robustas voltadas ao esporte de alto rendimento, que deveria ser tratado como uma área estratégica para o desenvolvimento humano e a promoção da cidade no cenário esportivo.

Embora o esporte, o lazer e o turismo possam, em teoria, coexistir em uma mesma estrutura administrativa, a realidade demonstra que o alto rendimento esportivo corre o risco de ser negligenciado em um contexto onde as prioridades parecem estar deslocadas.

O projeto de junção da SEMES com a SEMDESTUR não apenas diluiria o foco no esporte, mas relegaria atletas e modalidades ao status de “puxadinho” administrativo. O turismo e o desenvolvimento social possuem suas demandas específicas, que, por sua natureza, tendem a se sobrepor ao esporte na disputa por recursos e atenção. Nesse contexto, o esporte de rendimento acabaria tocando violino em uma orquestra onde sequer foi convidado a ser protagonista.

No entanto, essa decisão ainda não foi levada a termo, pois encontra-se em tramitação na Casa de Leis do município. Os vereadores terão a oportunidade de debater com os munícipes se a fusão é, de fato, uma boa ideia. Esse debate é essencial, pois a Secretaria Municipal de Esporte e Lazer (SEMES) tem cadeira no Conselho da Criança e do Adolescente e, no último ano, exerceu a presidência do Conselho. Muitos dos projetos contemplados pelo Conselho utilizam o esporte como ferramenta para educar crianças e adolescentes, evidenciando sua importância estratégica para o desenvolvimento social.

É imprescindível lembrar que o esporte de alto rendimento não é apenas lazer. Ele exige investimento, planejamento e suporte técnico, que vão muito além de atividades recreativas ou eventos turísticos pontuais. Porto Velho tem um potencial esportivo ainda inexplorado, e essa fusão pode representar um retrocesso, deixando talentos locais à mercê de esforços isolados, em vez de fortalecer um sistema que realmente os valorize e apoie.

A cidade precisa de uma gestão que entenda o esporte como uma ferramenta transformadora e de projeção internacional. Manter o esporte como coadjuvante seria um grande erro, fragilizando não apenas os atletas, mas também a imagem de Porto Velho como um município comprometido com o desenvolvimento integral de seus cidadãos. Cabe agora à sociedade civil e aos legisladores assegurarem que o esporte receba o tratamento que merece, garantindo um futuro mais promissor para nossos talentos esportivos.

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