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Segundo Sérgio Bath, virtù é a energia, a capacidade, o empenho, a eficacia, a vontade dirigida para uma objetivo. Já a fortuna é a sorte, que pode ser boa ou má, é o acaso, são as circunstâncias; enfim, a oportunidade.
Maquiavel afirma: a oportunidade que a história oferece a cada um constitui um elemento essencial para o êxito do político. O poder vem da força, mas sem a virtude o governante não a conserva. A combinação da oportunidade com as qualidades é vital: sem aquela, nenhum político pode mostrar seu valor. E sem o político ter a virtude, ou seja, as qualidades necessárias para o sucesso, as oportunidades passam em vão.
Exemplificando: a sorte é comparada ao Rio Madeira que, quando encolerizado, alaga as planícies, derruba as árvores, carrega a terra. Todos fogem diante de sua fúria, ninguém consegue se opor ao seu ímpeto.
Mas, na hora da calma, os homens podem tomar providências, construir diques e canais, de modo que, na enchente, o ímpeto não cause danos. A torrente da má sorte mostra o seu poderio onde não existe o dique da virtude preparado para resistir.
O político que se apoia na sorte arruína-se quando esta muda.
Maquiavel explica as flutuações de um governante: Um príncipe hoje em franco e feliz progresso e amanhã em ruína, sem que tenha mudado sua natureza ou as suas qualidades…O príncipe que se apoia totalmente na sorte arruína-se segundo as variações desta. Creio, ainda, seja feliz aquele que acomode o seu modo de proceder com a natureza dos tempos, da mesma forma que penso seja infeliz aquele que, com o seu proceder, entre em choque com o momento que atravessa.
