É inegável que a educação é o alicerce de qualquer sociedade que aspira ao progresso e à justiça social. No entanto, no Brasil, convivemos com disparidades gritantes no acesso e na qualidade da educação básica. Essa realidade reflete a histórica descentralização do sistema educacional, onde a responsabilidade é delegada a estados e municípios com capacidades financeiras e administrativas extremamente desiguais.
É hora de corrigirmos essa rota. Como diria o Padre Antônio Vieira: “Onde não há justiça, não há ordem.” E é exatamente isso que buscamos ao defender a federalização da educação básica.
A proposição do Projeto de Lei do Senado nº 320, de 2008, traz medidas audaciosas e fundamentais para transformar a educação brasileira. Por meio do Programa Federal de Educação Integral de Qualidade para Todos (PFE) e da Carreira Nacional do Magistério da Educação Básica (CNM), o projeto visa estabelecer padrões mínimos de infraestrutura, promover a educação em tempo integral e eliminar as discrepâncias salariais e de carreira entre professores de diferentes estados e municípios. Essas ações, longe de serem apenas uma reestruturação administrativa, representam um verdadeiro salto de qualidade na educação brasileira.
Por que Federalizar?
Enquanto algumas regiões contam com escolas bem equipadas e professores valorizados, outras lutam para oferecer o mínimo necessário. Essa disparidade é injusta e inaceitável. Vieira, com sua sabedoria atemporal, nos alertaria: “O que faz a terra fértil não é a chuva, mas o cultivo.” E a terra que cultivamos é a educação. Precisamos de condições iguais para todos os estudantes, não importa se estão em grandes capitais ou nos confins do sertão.
O PFE atribui à União a responsabilidade de garantir a infraestrutura adequada das escolas e a implantação da educação em tempo integral. Isso significa que nenhuma escola será deixada para trás. Além disso, a criação da CNM assegura que professores sejam remunerados e valorizados de forma justa e uniforme, independentemente de sua localização. “Deus dá as nozes, mas não as quebra,” diria Vieira. Temos os recursos; precisamos de vontade política para usá-los de forma eficaz.
Federalização da Segurança Pública
Recentemente, discutiu-se a ideia de federalizar a segurança pública, criando um sistema integrado e coordenado nacionalmente para combater o crime organizado. Assim como na segurança, a educação também precisa de uma abordagem unificada. A desarticulação entre estados e municípios compromete a efetividade das ações em ambas as áreas. A centralização proposta pelo PFE e pela CNM não é uma medida autoritária, mas um mecanismo para garantir padrões de excelência que hoje não existem. “A palavra convence, mas o exemplo arrasta,” ensinou Vieira. A federalização pode ser o exemplo que outras áreas seguirão para alcançar uma gestão mais eficiente e justa.
Implantação Gradativa: Um Caminho Viável
Os defensores do PLS 320/2008 reconhecem que a mudança não pode ser instantânea. O processo de federalização deve ser gradativo, priorizando regiões com maiores deficiências e permitindo ajustes ao longo do caminho. Essa abordagem cautelosa garante que as transformações ocorram de forma responsável e eficaz, sem comprometer a qualidade do ensino durante a transição.
Um Legado para o Futuro
Ao investir na educação, investimos no futuro. Ao valorizar nossos professores, cultivamos a esperança de um Brasil mais justo e desenvolvido. Como Vieira bem colocou: “Deus não tira os olhos de quem estuda.” Precisamos fazer o mesmo. Nossos estudantes e professores merecem a dedicação total de nossos esforços e recursos.
O Projeto de Lei do Senado nº 320/2008 é mais do que uma proposição legislativa; é uma oportunidade de reescrevermos a história da educação no Brasil. Convido a todos a refletirem sobre a importância dessa iniciativa e a se unirem em prol de um futuro onde a educação seja o pilar de nossa sociedade. Com coragem e visão, podemos transformar o Brasil em uma nação de oportunidades iguais para todos. Vamos juntos!