Home / CULTURA / Egito Antigo: O Enigma dos Hicsos e a Influência Semita na Terra dos Faraós

Egito Antigo: O Enigma dos Hicsos e a Influência Semita na Terra dos Faraós

A dinastia estrangeira que dominou o Egito e sua possível conexão com os hebreus

O autor foi V.: M.: da ARLS Estrela de Porto Velho nº 3.462 

A história do Egito Antigo é marcada por momentos de grande prosperidade e de desafios impostos por invasões e conflitos internos. Entre 1780 e 1560 a.C., um povo estrangeiro conhecido como os hicsos conseguiu se infiltrar na sociedade egípcia, assumindo o controle do Baixo Egito e estabelecendo uma dinastia poderosa. Com avançadas técnicas militares e a introdução do cavalo ao exército egípcio, os hicsos consolidaram seu domínio, mas seu legado e identidade permanecem envoltos em mistério.

Quem eram os hicsos?

Diferente do que se pensava até o século XX, os hicsos não eram apenas “reis pastores”, mas sim um grupo de origem semita, cujas raízes possivelmente estavam ligadas a povos que habitavam a região da atual Israel e Palestina. O termo “hicsos” deriva da expressão egípcia “hikhau-khoswet”, que significa “príncipes do deserto”. Eles não apenas adotaram os costumes egípcios, como também ocuparam altos cargos administrativos e exerceram forte influência na economia do Egito.

A conexão com os hebreus e o papel de José

Estudos sugerem que os hicsos podem ter mantido laços próximos com grupos semitas, incluindo os habirus (hebreus), nômades de língua semita. Uma das hipóteses levantadas é a de que José, o famoso personagem bíblico vendido como escravo por seus irmãos, teria ascendido politicamente durante o reinado hicso, tornando-se grão-vizir de um de seus faraós, possivelmente Apophis. O fato de os hicsos serem também de origem semita pode explicar a acolhida favorável que José e sua família receberam no Egito.

A queda dos hicsos e a escravização dos hebreus

A dinastia hicso foi abruptamente derrubada por uma nova linhagem de faraós de Tebas, que buscavam restaurar a soberania egípcia. Com a ascensão dos reis tebanos, os hebreus, que anteriormente viveram sob a proteção dos hicsos, passaram a ser vistos como aliados dos invasores estrangeiros e, consequentemente, foram submetidos à escravidão.

A brutalidade contra Seqenenre Tao II

Um dos momentos mais simbólicos dessa luta entre egípcios e hicsos foi o conflito entre o faraó Seqenenre Tao II e o rei hicso Apophis. Segundo registros, Apophis teria provocado o faraó teático ao enviar uma mensagem reclamando do barulho de hipopótamos em Tebas, a mais de 650 km de distância. Apesar do tom fantasioso, a violenta morte de Seqenenre Tao II, cuja múmia foi encontrada com sinais brutais de golpes, sugere que o conflito entre as duas facções foi sangrento e implacável.

 O impacto dos hicsos na história egípcia

Após um período de cerca de um século de ocupação, os hicsos foram expulsos do Egito, encerrando um capítulo de influência estrangeira na terra dos faraós. Contudo, sua presença deixou marcas permanentes, especialmente na evolução militar e na relação entre egípcios e outros povos do Oriente Médio. O episódio também reforça a complexidade das interações entre egípcios, hebreus e outros grupos semitas, uma relação que teria desdobramentos significativos ao longo da história.

Imprimir

About Jefferson Ryan

Check Also

Família, Juventude e Caridade: o novo tempo da ARGBLS Suprema Razão n.º 25

João Batista Alves e Shirlene Queiroz Rocha fortalecem vínculos familiares, juventude maçônica e ações sociais …