Raul Seixas, em sua poesia visceral e carregada de significados, sempre nos conduziu a reflexões profundas sobre a vida, o tempo e a inevitabilidade da morte.
Em canções como “Canto para minha morte”, ele dialoga diretamente com esse destino comum a todos nós, revelando não apenas uma aceitação do fim, mas um convite para viver intensamente antes que ele chegue.
A vida, como tão bem expressa Raul, é uma experiência fugaz, onde cada momento é uma oportunidade única. A filosofia do carpe diem quam mininum credula postero – colha o dia e confie o mínimo no amanhã – encontra aqui sua máxima expressão. O tempo é incerto e a única certeza que temos é o agora, esse instante fugaz em que estamos vivos, capazes de sentir, amar e transformar o mundo ao nosso redor.
Essa visão nos exorta a abandonar as amarras da procrastinação e do medo, a enxergar cada minuto como se fosse o último e a valorizar os detalhes que tantas vezes deixamos escapar. Não se trata de viver no desespero da finitude, mas na celebração do momento presente, como um brinde à vida e à consciência de sua transitoriedade.
Raul nos lembra que a morte não é um oposto da vida, mas sua companheira inseparável, e é exatamente isso que faz do existir algo tão precioso. Assim, sejamos como o poeta, que canta para sua própria morte, mas com isso nos inspira a viver de forma autêntica, honrando cada segundo que temos.
Aproveitemos, então, este dia. Vamos fazer das pequenas coisas grandes momentos, das palavras gestos de afeto, e do presente um legado eterno. Afinal, o futuro é incerto, mas o agora é tudo que temos para chamar de nosso. Porto Velho, CCCVII dia do XI mês(SHEVAT) ano 5785 da VL (Verdadeira Luz).