Priorizar o PSE é não apenas uma obrigação administrativa, mas também um compromisso com o futuro das crianças e jovens, com a economia pública e com a qualidade de vida da população.
O município de Porto Velho tem enfrentado uma preocupante queda nos indicadores do Programa Saúde na Escola (PSE) no ciclo 2023/2024, comprometendo a saúde de milhares de estudantes e gerando prejuízos financeiros significativos. Com 124 escolas pactuadas e 197 equipes de saúde responsáveis por atender 60.897 estudantes, a baixa execução das ações do programa tem resultado em uma cobertura insuficiente para garantir incentivos financeiros plenos.
Entre fevereiro e dezembro de 2024, Porto Velho alcançou números modestos nas 14 ações previstas pelo PSE. Embora a saúde bucal tenha liderado, com atividades em 78 escolas, ações prioritárias como alimentação saudável, práticas corporais/atividade física e prevenção da violência e promoção da cultura da paz ficaram aquém do esperado. A ausência da presença regular das equipes de saúde nas escolas pactuadas foi determinante para a baixa performance do município.Os impactos financeiros são expressivos: Porto Velho recebeu apenas R$ 116.176,00 da segunda parcela do incentivo do PSE em 2024, valor muito inferior aos R$ 500.000,00 que poderiam ser obtidos se houvesse maior cobertura nas ações prioritárias. Essa diferença demonstra como a baixa execução de políticas públicas pode comprometer não apenas a prevenção de doenças, mas também o equilíbrio dos cofres públicos.
Além disso, ações negligenciadas, como saúde ambiental, saúde mental e promoção da cultura de paz, representam uma oportunidade perdida de melhorar a qualidade de vida das crianças e adolescentes do município. A ausência dessas intervenções coloca em risco a saúde física e emocional dos estudantes, além de reduzir a capacidade preventiva do sistema de saúde local, gerando custos mais elevados no tratamento de doenças e agravos que poderiam ser evitados.
Porto Velho precisa reagir para reverter esse cenário. Priorizar o PSE é não apenas uma obrigação administrativa, mas também um compromisso com o futuro das crianças e jovens, com a economia pública e com a qualidade de vida da população. O fortalecimento da adesão ao programa pelo atual prefeito e pelas equipes de saúde pode ser a solução para garantir recursos, prevenir doenças e construir uma sociedade mais saudável e sustentável.
Que o exemplo dos erros do passado sirva como aprendizado e motivação para que, nos próximos ciclos, Porto Velho atinja níveis de excelência no Programa Saúde na Escola, beneficiando milhares de estudantes e otimizando os recursos do município.