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A urgência de uma campanha de conscientização ambiental em Porto Velho: sacolas plásticas e a responsabilidade coletiva

As sacolas plásticas, embora convenientes no dia a dia, têm um impacto ambiental devastador. Quando descartadas de forma inadequada, muitas acabam nas ruas, sendo carregadas pela chuva para os bueiros e, eventualmente, para o Rio Madeira.

O uso excessivo de sacolas plásticas em Porto Velho é uma realidade preocupante que contribui significativamente para problemas ambientais e urbanos. Diferentemente de outras regiões do país, como São Paulo, onde os supermercados cobram uma taxa por sacola plástica – geralmente em torno de R$ 0,15 –, em Porto Velho, essas sacolas são distribuídas sem qualquer controle ou custo para o consumidor. Essa prática, além de incentivar o consumo desenfreado de plástico, agrava questões como o entupimento de bueiros e o aumento de alagamentos, problemas recorrentes na cidade.

As sacolas plásticas, embora convenientes no dia a dia, têm um impacto ambiental devastador. Quando descartadas de forma inadequada, muitas acabam nas ruas, sendo carregadas pela chuva para os bueiros e, eventualmente, para o Rio Madeira. Em Porto Velho, a situação é agravada pela falta de coleta seletiva e pela inexistência de um aterro sanitário adequado, conforme exigido pelo Ministério do Meio Ambiente. Assim, o lixo é frequentemente depositado em lixões a céu aberto, contribuindo para a contaminação do solo, das águas subterrâneas e para a proliferação de vetores de doenças.

Para enfrentar essa realidade, é essencial implementar uma campanha de conscientização ambiental voltada tanto para a população quanto para os estabelecimentos comerciais. A cobrança pelas sacolas plásticas é uma medida simples, mas eficaz, que pode gerar grandes mudanças no comportamento do consumidor. Quando o custo é repassado ao cliente, a percepção sobre o uso excessivo das sacolas é ampliada, incentivando a redução do consumo e a busca por alternativas mais sustentáveis, como sacolas reutilizáveis ou caixas de papelão.

Mais do que um impacto financeiro imediato, essa medida também estimula reflexões sobre a necessidade de preservar o meio ambiente. As sacolas plásticas que levamos para casa não desaparecem magicamente ao serem descartadas; elas permanecem no planeta por centenas de anos, acumulando-se em aterros ou poluindo ecossistemas. Para uma cidade como Porto Velho, onde ainda não existe um sistema de destinação final adequado para os resíduos sólidos, a cobrança pelas sacolas é um pequeno passo dentro de uma estratégia maior que precisa ser adotada.

Essa estratégia deve incluir, também, a obrigatoriedade de um aterro sanitário, conforme preconizado pela Política Nacional de Resíduos Sólidos. A implementação de tal estrutura não é apenas uma exigência legal, mas uma questão de saúde pública e de preservação ambiental. Um aterro sanitário bem projetado é capaz de mitigar os impactos negativos do lixo, prevenindo a contaminação dos recursos naturais e promovendo uma gestão mais eficiente dos resíduos.

Nesse contexto, é fundamental que o poder público, em parceria com os setores privado e educacional, invista em campanhas educativas que abordem os seguintes aspectos:

  1. Impacto das sacolas plásticas no meio ambiente: Informar a população sobre o tempo de decomposição do plástico e os danos causados à fauna, flora e às águas.
  2. Alternativas sustentáveis: Incentivar o uso de sacolas retornáveis, caixas de papelão e outros materiais biodegradáveis.
  3. Responsabilidade individual e coletiva: Destacar a importância de cada cidadão na construção de uma cidade mais limpa e sustentável.
  4. Coleta seletiva e reciclagem: Promover a separação do lixo em casa e fomentar a criação de cooperativas de reciclagem.

A experiência de cidades que já adotaram a cobrança pelas sacolas plásticas demonstra que é possível mudar comportamentos e reduzir significativamente o impacto ambiental. Em Porto Velho, essa medida seria um passo crucial para enfrentar os desafios da gestão de resíduos e para promover uma cultura de respeito ao meio ambiente. Afinal, proteger a natureza é proteger o lar de todos nós.

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