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O Simple Present e a Matemática da Língua Inglesa: A Gramática como Fórmula

O ensino do Simple Present na Língua Inglesa representa um ponto-chave para a formação da base gramatical dos estudantes. No entanto, a dificuldade recorrente dos alunos ao conjugar verbos neste tempo verbal não está, na maioria das vezes, na complexidade do conteúdo em si, mas sim na ausência de fundamentos prévios, especialmente o conhecimento dos pronomes pessoais e das regras específicas da terceira pessoa do singular (he, she, it).
Muitos professores, buscando facilitar o entendimento dos alunos, comparam a aplicação das regras gramaticais do Simple Present à lógica das operações matemáticas, e com razão. Em ambas as disciplinas — Inglês e Matemática — não se chega à resposta correta sem conhecer a fórmula. Na Matemática, é impossível resolver uma equação de segundo grau sem saber a fórmula resolutiva. Da mesma forma, na Língua Inglesa, não se pode conjugar corretamente um verbo no presente simples sem conhecer os elementos estruturantes da oração, como os pronomes e as regras de formação.

A primeira exigência para usar o Simple Present com precisão é saber identificar os pronomes pessoais, especialmente os da terceira pessoa do singular — he (ele), she (ela) e it (ele/ela para coisas ou animais). Essa identificação é a chave para aplicar ou não as alterações que os verbos sofrem. Em geral, os verbos mantêm a forma base para as demais pessoas (I, you, we, they), mas recebem acréscimos ou modificações na terceira pessoa do singular, o que exige atenção às regras ortográficas.

Assim como na Matemática o aluno deve saber o que é uma incógnita, o que é um expoente ou um radical, na Língua Inglesa é indispensável saber o que é um sujeito, qual o tempo verbal desejado, e qual pronome está sendo utilizado. Sem esse conhecimento, o aluno tenta aplicar regras às cegas, errando por falta de base teórica.

Por exemplo, o verbo “to play” (jogar/tocar) no presente simples fica:

I play         

You play

We play

They play
Mas:

He plays

She plays

It plays

Ou seja, na terceira pessoa do singular, há a inserção da letra “s” ao final do verbo.

Contudo, essa não é uma regra absoluta, e é aí que se intensifica a comparação com a Matemática: há regras específicas conforme a terminação do verbo, assim como na Matemática diferentes tipos de equações exigem diferentes fórmulas. Veja alguns exemplos das regras do Simple Present:

Acrescenta-se “es” aos verbos terminados em -ch, -sh, -ss, -x, -o:

He watches TV.

She goes to school.

It fixes cars.

Troca-se o “y” por “ies” quando o verbo termina em consoante + “y”:

He studies every night.

She cries a lot.

Mantém-se o “y” quando há uma vogal antes dele:

He plays chess.

She stays home.

Sem saber essas regras, o aluno comete erros semelhantes aos de um estudante de Matemática que tenta resolver uma equação sem saber que precisa isolar o “x” ou sem saber o que é uma raiz quadrada. Ele até pode tentar adivinhar, mas dificilmente terá sucesso. A gramática da Língua Inglesa é, portanto, uma ciência lógica — e como tal, pressupõe método, regras e aplicação sistemática.

Além disso, os alunos que não dominam os pronomes muitas vezes não conseguem nem formular a pergunta correta ou negar uma ação no presente simples, já que nesses casos há a participação dos auxiliares “do” e “does”, que também seguem a lógica de número e pessoa:

Do I/you/we/they play chess?

Does he/she/it play chess?

Perceba que, mesmo com o verbo “play”, que recebe “s” na afirmativa “he plays”, ao utilizar “does” na pergunta ou na negativa, o verbo volta à forma base:

She plays piano. → Does she play piano?

He goes to work. → Does he go to work?

Isso mostra uma nova camada da lógica do idioma: ao usar o auxiliar, a flexão não fica mais com o verbo principal, mas com o auxiliar. Essa regra é semelhante àquela em Matemática na qual, ao aplicar uma fórmula, certas partes da equação devem ser isoladas ou anuladas conforme a operação realizada. É uma transferência de função, que precisa ser compreendida para evitar erros.

Portanto, a dificuldade no uso do Simple Present está menos na sua complexidade e mais na falta de domínio das “fórmulas gramaticais”. Assim como ninguém espera resolver equações de segundo grau sem saber somar, subtrair ou multiplicar, também não se deve esperar que um estudante domine os tempos verbais da Língua Inglesa sem compreender as bases estruturais do idioma. O caminho para a fluência passa pela compreensão lógica da gramática, e, nesse sentido, o professor que compara o ensino do inglês com a Matemática está não apenas correto, mas fornecendo aos alunos uma ferramenta de raciocínio que ultrapassa a memorização e se ancora na compreensão real.

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